Senti a esperança me invadindo. Um sorriso enorme se abriu em meu rosto com apenas algumas palavras. A ponta de incerteza ainda me tomava lentamente. A promessa que David Moore fez antes de morrer não saia da minha cabeça.
- Eu achei comida em nossas mochilas - A voz de Justin e a mão dele me puxando me fez voltar a realidade.
Havia sim, um homem fazendo a vigia da casa, mas ele parecia que não iria acordar, não agora ou talvez, nunca mais. A cabeça do homem estava sangrando e seu rosto inchado.
Meu coração batia rápido,algo comparado a um carro de corrida em sua ultima volta. Logo eu que passava longe da sessão de livros de assassinatos,só por ter medo de imaginar um coração sem vida, estava agora presenciando homens morrendo, era tudo tão real e tenebroso.
- Adamantino Buffon - Ele disse assim que parou ao meu lado, ambos encarando o corpo ensanguentado. Eu tinha medo de perguntar o porque dele ter dito aquele nome.
- O segundo homem que matou? - perguntei receosa
- Ele não está morto. Só vai ficar inconsciente por algumas horas
- Eu agradeço por não ter o matado - Eu ainda encarava o homem a minha frente em estado de choque
- Talvez ele morra por perder muito sangue. Mas espero que a gente não saiba que destino ele tomou
- Esta insinuando que ele possa ir atras da gente?
- Talvez - ele deu de ombro como se não importasse.
- Fico impressionada com a sua coragem Bieber. Você sabia que Adamantino é um nome italiano que tem como significado "o indomável"?
- Então o indomável foi domado - ele deu de ombros - Vamos,não tempo para as suas analises nerds.
- Eu só achei que você acharia interessante essa minha analise
- Vamos Cassie
- Você não achou interessante minha analise?
- Vamos Cassie - repetiu com sua voz cada vez menos paciente.
- Mas a minha analise... - Não tive tempo de terminar a minha fala, fui interrompida por um grito um tanto quanto irritado vindo do próprio Justin, soltando um alto cala a boca. Sua mão tampou minha boca de modo rude e meu corpo foi puxado para o fundo da casa.
- O que esta fazendo Bieber?
Chegou mais alguém na casa. Atrás daquele amontoado de plantas eu conseguia observar homens com enormes armas. Todos estavam furiosos pela nossa fuga, por ter tirado a vida de um de seus homens e ter incapacitado outro. As minhas mãos tremiam, minha visão estava turva mas não tinha mais lagrimas a cair. Estávamos brincando de pique- esconde, e aquele pique era o mais serio que já presenciei, se nós fossemos achados não seria nossa vez de achar os outros, seria nossa vez de morrer
- Merda, roubaram meu celular. - Ele pegou minha mochila, ele jogava tudo no chão a procura do meu aparelho e assim que ele achou pude ouvir sua risada.
- Agora eu entendi porque não roubaram seu celular também. Esse celular é da época que minha avó ainda era virgem - ele riu
- Celular é para ligar, para que eu vou querer um celular de ultima geração?
- Que tipo de adolescente é você?
- Me da meu celular. Vou ligar para a minha mãe.
-Não, vamos ligar para a policia. - A bateria ia acabar em instantes. Eu não tinha como reclamar. Discutir com o Justin é um jogo perdido.
Ele sussurrava no celular enquanto meus olhos acompanhavam cada passo daqueles homens. Eu me concentrava em respirar fundo e manter o controle,minha mente gritava a todo momento " respira, inspira, respira, inspira" mas era tudo em vão. A bateria tinha acabado e meu autocontrole foi junto, eram 31 minutos contados no relógio, trinta e um minutos assistindo atras do arbusto o meu próprio filme de terror.
As sirenes e luzes vermelhas e azul dominou o ambiente, e enquanto para os bandidos era a pior parte do filme, para mim, era apenas o som da plateia batendo palma, aquele agradável som dizendo que o filme acabou de bom grado a todos. A correria se tornou generalizada. Tanto de ladroes como de policiais enquanto eu me encolhia cada vez mais. Justin tinha um sorriso no rosto, um sorriso vencedor.
Quando os barulhos de tiros cessaram e o silêncio dominou o ambiente, eu pude sentir meu corpo relaxar diante daquele drama, pude sair do meu esconderijo e respirar fundo,trazendo a paz ao meu corpo.
***
Sentei na confortável cadeira da delegacia enquanto eu me deixava ouvir tudo com extrema atenção as palavras do delegado
- Conseguimos prender apenas três deles, cinco fugiram.
- Estamos livres, delegado?
- Você ficarão em sistema de proteção a testemunha até todos eles serem pegos.
- Isso quer dizer que...? - eu perguntei
- Vocês dois vão ter que ficar fora por um tempo. Seus responsáveis serão avisados que vocês permanecem bem. Mas, o paradeiro de vocês é de extremo sigilo. Tudo que precisam saber esta nestes papeis. - ele nos entregou um papel amarelo - Isso é tudo, vocês serão encaminhados junto com seus pertences hoje mesmo.
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