História Meu meio irmão Second Season - Lost control

LUCY POV.

Eu estava nervosa, eu não acreditava no que ele tinha feito. Estava o esperando chegar em casa e rezando para que estivesse tudo bem com ele. Eu queria matá-lo por ter me deixado sozinha, sem notícia alguma. A porta se abriu e todos os meninos entraram menos Harry e Tyler. 

- O que houve? – Perguntei preocupada. 

-O Harry ainda não chegou? – Cody perguntou e pude notar quando uma lagrima caiu dos seus olhos. 

Tinha algo errado. Nunca vi os meninos daquele jeito e sei que eles não ficariam assim por bobagem.

- O que houve? – insisti na pergunta. 

-O Tyler, ele... morreu – Justin murmurou. 

Eu não tive reação, meu corpo ficou em choque e eu não conseguia pensar em mais nada. Cody caminhou em minha direção e me abraçou forte e depois todos fizeram o mesmo. Eles deixaram lagrimas escapar e aquilo era doloroso, eu nunca havia visto nenhum deles chorar. Lagrimas caiam imediatamente pelo meu rosto e eu pensava em Harry. Onde ele estava? 

HARRY POV. 

Meu corpo parecia que ia desabar a qualquer momento, eu fervia em ódio, raiva, rancor, vingança, tristeza e dor. As coisas tinha ido longe demais e eu não estava mais aguentando. Entrei em casa e todos estavam chorando e Lucy também estava entre eles.

LUCY POV. 

Harry entrou em casa e eu o abracei de imediato. Eu podia perceber o quanto diferente ele estava pelo abraço frio que ele me deu. Diferente dos meninos ele não demonstra emoção alguma. Ele estava frio, medonho, igual a uma pedra. Parecia que o coração dele tinha congelado e seus olhos não negavam isso. Talvez aquilo fosse apenas um modo dele mostrar o quanto estava arrasado. 

Harry subiu para o quarto e ele simplesmente não falou uma palavra se quer, deitou na cama e ficou lá, jogado. Deitei-me ao seu lado e acabei dormindo... Acordei e já estava na hora do enterro de Tyler. Harry já estava acordado e sentado em uma cadeira encarando o nada. Ele vestia um terno preto, e como sempre estava realmente lindo. Aproximei-me dele e selei nossos lábios. Depois fui tomar um banho para relaxar. O clima não estava bom e segurar a barra estava sendo difícil. Terminei o banho e me arrumei, quando voltei para o quarto Harry já não se encontrava mais lá, então desci e tomei o meu café sozinha já que Harry estava trancado no escritório. Os meninos chegaram e já estávamos todos prontos para ir. 

Chegamos ao cemitério e Harry ainda permanecia mudo, no fundo eu entendia ele, entendia que em uma hora como essas ele queria ficar sozinho, ele só precisava de tempo. O tumulo de Tyler foi enterrado e eu joguei uma ultima rosa. Eu iria sentir muita falta dele. Lagrimas caíram pelos meus olhos ao lembrar todas as brincadeiras que ele fazia comigo. Ele era implicante, mas eu gostava dele. 

-Descansa em paz, chato – sussurrei, deixando escapar um sorriso do meu rosto ao lembrar que era desse modo que o chamava quando ele me enchia. 

- Vamos Lucy, o Harry pediu para te levar para casa – Justin disse me chamando e eu o segui. 

HARRY POV. 

Todos tinha ido embora. O cemitério estava vazio. Sentei-me na grama do tumulo de Tyler e pela primeira vez desabei. 

-Desculpa irmão – disse secando as lagrimas que insistiam em cair. – Eu vou mudar, vou inverter tudo isso, eu prometo – disse para mim mesmo. 

Joguei uma flor em frente ao seu tumulo. E me negava a acreditar que era o nome do meu amigo que estava escrito naquela pedra. Ele era minha família, era como se fosse um irmão e perde-lo era doloroso, eu queria gritar, botar para fora toda a dor que eu sentia, mas eu só não conseguia.

- Descansa em paz – sussurrei – me perdoa, te amo cara – falei secando o choro e deixando meu corpo ficar frio novamente.

5 mês se passaram 

“Talvez aquilo fosse apenas um modo dele mostrar o quanto estava arrasado.” A cinco meses atrás eu ainda pensava assim, mas eu estava errada. Aquilo foi apenas o começo de um novo Harry. Um Harry que eu não conhecia. Ele não era mais o mesmo, ele não era mais o meu Harry. Ele virou frio, sem coração, um covarde. Ele matava apenas para se divertir, chegava em casa as 4 da manha drogado e com bafo de álcool. Ele desabafava comigo todas as atrocidades que havia cometido e depois chorava em meu colo, como se tivesse se arrependido de algo, mas não era verdade porque no outro dia ele acordava e o pesadelo se repetia.

HARRY POV. 

Estava pronto para botar fogo em tudo daquele orfanato. Acendi o isqueiro e já podia ouvir os gritos desesperados das pessoas. Caminhei até a saída daquela merda e havia umas mães gritando pelas suas crianças. Puxei um dos pais pelo colarinho da camisa e caminhei com ele até um lugar mais reservado.

- Ajoelha! – ordenei e o cara obedeceu rapidamente.

-Você é um cara bom? Acha que vai para o céu? – Perguntei agressivo e já podia ver as lagrimas se formando em seu rosto.

-S-sim – ele murmurou me olhando e seu olhar transmita um pouco de esperança. Como se ele implorasse para eu solta-lo e acreditasse que aquilo realmente aconteceria. Coitado.

- Essas crianças precisam de alguém para cuidar delas, e a adivinha? O escolhido foi você! – falei puxando a arma da cintura e a destravando logo em seguida.

-Reza! – mandei e o homem juntou as mãos e começou a cochichar alguma oração ou sei lá o que. Pouco me importava.

Puxei o gatilho e o barulho do estrondo me fez relaxar. Olhei para o cara que já se encontrava duro no chão e fui embora daquele lugar.

LUCY POV.

Harry chegou mais uma vez em casa em um estado deplorável. E eu já estava cansada daquilo tudo.

- O que você fez dessa vez? – perguntei me aproximando dele.

-Matei um homem e ateei fogo em um orfanado – ele deu de ombros.

-Você fez o que? –gritei – Você realmente passou dos limites!

Aquelas palavras ecoaram em minha mente e toda a dor que eu senti quando perdi meu filho voltou com mais força. Eu podia sentir a dor por todas aquelas mães. Eu sabia o que era a dor de perder um filho. Ele jamais poderia ter feito aquilo. Ele despertou o meu lado protetor, meu lado mãe e eu estava querendo mata-lo por isso. Eu jamais desejaria para alguém sentir a dor que eu senti. Perder o filho é a coisa mais difícil do mundo e não há nada que consiga sanar a dor. Não importa quantas vezes digam para você que com o tempo passa, que o tempo cura tudo e com ele a dor irá diminuir, é tudo uma grande mentira. Eu não conseguia acreditar no que ele havia feito.

- Você definitivamente não é o Harry por quem eu me apaixonei por quem eu abri mão de uma vida normal, não é! – gritei caindo em lagrimas logo em seguida.

- Eu não pedi para você fazer nada! Foi você que escolheu essa vida!

- Você mudou e tudo isso por causa do que aconteceu com Tyler! Você tem que superar isso! Você é forte!

- Eu, forte? – ele deu uma risada debochada.

-Eu tentei Harry, eu juro que tentei te ajudar! Nesses últimos meses a única coisa que eu fiz foi tentar te ajudar! Tentei fazer com que o Harry que eu conhecia voltasse – suspirei– mas não tem mais jeito! Você escolheu isso! Você escolheu abrir mão de mim!

- Eu nunca te pedi para ficar! Não te pedi para me ajudar, eu mudei e você tem que aceitar isso!

-Sabe Harry, eu não me lembro de quando foi a ultima vez que você disse que me amava quando estava sóbrio, alias eu não me lembro nem quando foi a ultima vez que eu te vi sóbrio, você acha que isso vai mudar alguma coisa? O Tyler não vai voltar! E você agora tem que pensar em você e pensar em mim também! Eu cansei de amar por dois!

-Então pode ir embora, eu não ligo, não vai fazer diferença, eu não preciso de você.

-Você é um covarde! – gritei. – Você vai se arrepender de tudo que fez comigo! Vai voltar correndo e vai pedir para que eu te de uma chance, mas adivinha? Eu não vou mais estar aqui, você não vai ter ninguém! – cuspi palavras e em questão de segundos, Harry puxou a mesa que havia perto de nós a jogando com tudo no chão. Fez um barulho tremendo.

Harry chutou a mesa jogada, passando as mãos pelo cabelo em seguida.

Eu apenas o fitava perplexa e assustada. Seu rosto estava numa expressão de puro ódio, enquanto uma mesa e copos quebrados estavam espalhados no chão a minha frente. Vi Harry pegar uma cadeira e a levantar, a jogando do outro lado, quebrando uma das janelas.

Fiquei sem reação, sem saber como falar e agir... Então, senti meu corpo ser jogado no chão e minhas costas baterem na mesa quebrada. Minha cabeça bateu em umas das pernas da mesa. Coloquei a mão e percebi que escorria sangue do meu couro cabeludo. 

Senti-me zonza, com tudo rodando.

Senti-o chutar minha coxa, e nem ao menos pude me defender.

Arranjei força, não sei da onde e me levantei ainda um pouco tonta.

- Essa foi a gota d’agua! Chega! Eu vou embora e não quero que me procure nunca mais! Você não é digno do amor de ninguém!

Ele puxou meu braço, mas, a única coisa que fiz foi virar e dar um tapa na sua cara. Um tapa bem dado.

Acho que ele ficou surpreso, porque ficou lá parado por um bom tempo. Ótimo! Chega de ser uma boba. Eu não acredito no que acabamos de fazer, mas... Chega! Essa foi a ultima vez. Harry é um imbecil que só pensa em sim mesmo.